quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Erich Maria Remarque


Erich Maria Remarque nasceu no dia 22 de junho de 1898, na cidade alemã de Osnabrück. Ao nescer, recebeu o nome de Erich Maria Kramer. Realizou os estudos básicos na cidade natal e frequentou a Universidade de Münster. Aos dezoito anos, abandonou os estudos e juntou-se ao exército alemão na Primeira Guerra Mundial. Foi ferido três vezes nas trincheiras, uma delas gravemente. Após o conflito, teve que lutar para sobreviver em um país corroído pela guerra, exercendo várias funções, como a de pedreiro, por exemplo. Esta instabilidade profissional acabou quando conseguiu trabalhar como jornalista em alguns jornais de Hannove r e Berlim, nas funções de crítico teatral e repórter esportivo, entre outras.
Mesmo com uma vida estabilizada, não esqueceu o pesadelo da Guerra e suas noites de insônia eram preenchidas por infindáveis anotações em cadernos. Estas anotações traziam os horrores vividos no campo de batalhas. Daquelas folhas manuscritas, logo surgiu o núcleo de um livro, um romance sobre o absurdo da guerra. A editora Ullstein insistiu no lançamento da narrativa, mas o máximo que conseguiu foi sua publicação em folhetins no jornal Wossiche Zeitung, no ano de 1928.
O sucesso de "Nada de novo no front" (Im Western Nichts Neues) garantiu a edição do texto em formato de livro no ano seguinte. A obra tornou-se um êxito sem precedentes na literatura alemã modernae deixou o público e as autoridades alemãs perplexos. O romance logo foi alvo de críticas e polêmicas, ao mostrar a um público que ainda via a guerra como uma fatalidade histórica cercada de certo romantismo, a verdadeira face dos soldados que nela se envolveram.
Outras obras haviam sido publicadas sobre o primeiro grande conflito mundial, mas nenhuma parecera aos soldados tão realista e reveladora.
No ano de 1930, "Nada de novo no front" (também traduzido no cinema por "Sem novidades no front") foi levado à tela por Lewis Milestone. O filme alcançou êxito mundial e status de filme cult.
O filme e o livro causaram a ira dos nacionalistas alemães e, com o recrudescimento dos sentimentos nazistas a perseguição a Erich Maria Remarque se tornou ainda maior pelo pacifismo manifesto em suas obras. Em 1931, publicou também "O caminho de volta" que retratava as frustrações dos que regressavam dos campos de batalha. No ano de 1933, com a ascensão de Hitler ao poder, o filme baseado na sua obra-prima foi proibido na Alemanha. O escritor exilou-se primeiramente na Suíça e, a partir de 1939, nos Estados Unidos. No dia 10 de maio de 1933, seus livros foram quimados na fogueira na Praça da Ópera, em Berlim.
Em 1938, as autoridades alemãs retiraram sua cidadania alemã, por ter "arrastado na lama" os soldados da grande guerra e apresentado uma visão "antigermânica" dos acontecimentos da guerra.
O escritor só ficou sabendo das hostilidades que sua imagem sofria na Alemanha, quando estava seguro, no exílio nos Estados Unidos. Sua irmã, Elfriede, porém, não teve a mesma dádiva. Ela ainda vivia no país natal e era uma simples costureira, mas acabou confidenciando a uma cliente que poderia muito bem dar um tiro na cabeça de Hitler. Foi denunciada, condenada e decapitada no ano de 1943.
Em 1947 Erich Maria Remarque naturalizou-se norte-americano. Nos seus anos em Hollywood, recheou as crônicas jornalísticas com seus casos amorosos com as atrizes Marlene Dietrich e Greta Garbo. Em 1948, partiu para a Suíça, na companhia da também atriz Paulette Godard, ex-mulher de Charles Chaplin.
Erich Maria Remarque, que é junto a Goethe o escritor alemão mais lido no mundo, faleceu em Locarno, na Suíça, aos 72 anos, no dia 25 de setembro de 1970. Não perdoou a Alemanha do pós-guerra pelo tratamento brando com as autoridades nazistas.
Sem dúvida, "Nada de novo no front" é seu romance mais popular e foi traduzido para 58 idiomas, vendendo mais de 10 milhões de cópias em todo mundo.
Deixou também outros romances sobre o absurdo da guerra:

"Três camaradas" - 1937.

"Náufragos" - 1941.

"Arco do triunfo" - 1946.

"O obelisco preto" - 1956.

E o romance póstumo "Sombras do paraíso" - 1971.

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