sexta-feira, 16 de julho de 2010

Parnasianismo - esboço


O Parnasianismo é a manifestação poética da época do Realismo, embora ideologicamente se distancie da prosa dos realistas e naturalistas. É a estética da "arte pela arte". Seus poetas mantiveram-se distantes das transformações ocorridas no final do século XIX e início do século XX.
A poética parnasiana, numa postura anti-romântica, baseava-se no binômio objetividade temática/culto da forma. A objetividade temática surge como negação ao sentimentalismo romântico, numa tentativa de atingir a impassibilidade e a impessoalidade. Opunha ao subjetivismo decadente o universalismo, daí resulta uma poesia carregada de descrições objetivas e impessoais. É a retomada da Antiguidade Clássica (Parnaso é uma montanha grega consagrada a Apollo e às musas) e seu racionalismo e formas perfeitas. Enquanto o Romantismo voltava-se para o subjetivismo e o sentimentalismo cristão, o Parnasianismo procurava o paganismo dos gregos e romanos. A poesia parnasiana é filosófica, mas artificial.
Algumas das principais características deste culto da forma que inspirava os parnasianos são a forma fixa dos sonetos, a métrica dos versos alexandrinos (12 perfeitas sílabas poéticas) e decassílabos perfeitos, além da rima rica e o esmero na escolha das palavras. Olavo Bilac chegou a escrever um poema no qual o trabalho de composição do poeta parnasiano é descrito como árduo, que provoca suores e suplícios.
Por falar em Olavo Bilac...ele é sem dúvida, o mais popular dos parnasianos brasileros. Denominado o "Príncipe dos Poetas" (ao lado de Raimundo Correia e Alberto de Oliveira ele forma a Tríade dos príncipes parnasianos), Olavo Bilac utilizou as características parnasianas desde o início da sua produção literária e nunca abandonou o estilo que o tornou célebre.
O movimento parnasiano teve seu apogeu entre 1870 e as duas primeiras décadas do século XX. Em 1922, sofreu duras críticas dos modernistas que, contrários a precupação formal dos "Príncipes" escreveram poemas satirizando o "poeta engenheiro" homem de gabinete que via a composição poética como um ofício. Alberto de Oliveira, único pertencente a tríade que ainda vivia nesta época, deve ter ficado muito decepcionado ao ver a forma que tanto apreciava sendo excluída e "proibida" na nova forma livre de escrever que procurava romper com o passado e com as influências europeias.


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